quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Porque a direita tem medo de Natália? Leia e entenda!


Ratinho, aquele apresentador do SBT, sugeriu, em um programa de rádio, que a deputada Natália Bonavides merecia ser metralhada. E riu.

Não foi a primeira nem será a última vez que a deputada mais votada da última eleição no Rio Grande do Norte sofreu ameaça do tipo.

Na Justiça, o comunicador que ganha a vida ridicularizando pessoas pobres disse que não foi bem isso o que ele quis dizer.

Durante esta semana, o deputado estadual José Dias (PSDB) afirmou no plenário da Assembleia Legislativa que Natália e Fátima mereciam uma cacetada.

Confrontado pela colega Isolda Dantas em razão do ódio que espumava ao microfone, disse que não falou o que todo mundo entendeu. Era uma figura de linguagem, afinou, já colocando o rabo entre as pernas.

“Você com um microfone na mão é um bicho feroz. Sem ele anda rebolando até muda de voz”, parafrasearia Bezerra da Silva.

Nas redes sociais e e-mails de Natália há uma enxurrada de ataques, ameaças e agressões. Boa parte sugerindo a morte, crimes sexuais, torturas e espancamentos. Parte desse conteúdo a parlamentar levou à Justiça.

Ratinho e José Dias sabem que como figuras públicas influenciam e estimulam pessoas a seguirem o que dizem suas palavras ou ações.

Há três meses, assessores do prefeito de Natal Álvaro Dias arrombaram o portão do órgão de fiscalização ambiental do Estado porque discordavam do nível de fiscalização dos técnicos no projeto que deve mudar por completo a praia mais famosa da capital. No meio do arrombamento, lá estava Paulinho Freire, deputado e candidato do prefeito no 2° turno.

A violência é um método antigo de intimidação usado pela direita no Brasil e também em Natal, que nesse 2° turno reuniu enfim o bolsonarismo que andou rachado no 1°.

Não faz muito tempo, em Brasília, vimos um deputado que virou presidente afirmar que uma colega “não merecia ser estuprada por ser feia”.

Mas que tipo de medo Natália desperta nessa gente ? Porquê o debate não pode ser feito comparando o que cada um quer para a cidade ? São ideias e projetos completamente diferentes, o que já bastava para o plebiscito final de 27 de outubro.

Natália é uma mulher jovem e não tem sobrenome ligado a nenhuma família importante. Conquistou espaço e se impôs como liderança do PT local sem beijar a mão de ninguém.

Foi e segue sendo subestimada pelos adversários.

Até essa eleição, Natália sustentava a marca de vereadora mais votada do PT em Natal e terminou o pleito de 2022 no topo, como a candidata à deputada federal mais votada em todo o Estado.

Mulheres nessa condição costumam incomodar. Porque influenciam outras mulheres a seguir o mesmo caminho. Natália é “filha” de Fátima e será “mãe” de outras mulheres que, olhando-a ao espelho, sentirão confiança em oferecer seus nomes e trabalho para novos projetos de transformação da sociedade.

É aí que entra a violência. Foi por isso que mataram Marielle Franco. É esse o método de um grupo que vê em metralhadas e cacetadas a forma mais eficaz de eliminar opositores e impedir que dessa árvore nasçam novos frutos.

A ditadura militar não oficializou apenas a barbárie, mas sobretudo a impunidade, que ganhou o nome de anistia.

É o resquício dessa lei do esquecimento à brasileira, baixada por decreto, que ratos e outros Zés se veem no direito de defender a morte, estupros, cacetadas e tortura sem qualquer constrangimento.

É por representar a oposição a toda essa violência e intimidação que a direita tem medo de Natália.

Rafael Duarte




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