O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) realizou uma coletiva virtual nesta sexta-feira (18) para discutir o acompanhamento do caso envolvendo pacientes que perderam a visão após um mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado em Parelhas. A promotora de Justiça Ana Jovina de Oliveira Ferreira abordou a possibilidade de o mutirão ter sido utilizado como ferramenta política, já que ocorreu apenas dez dias antes das eleições.
sábado, 19 de outubro de 2024
VÍDEO: "Ministério público investiga se houve intenção eleitoreira com uso da máquina pública em troca de votos". Assista
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) realizou uma coletiva virtual nesta sexta-feira (18) para discutir o acompanhamento do caso envolvendo pacientes que perderam a visão após um mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado em Parelhas. A promotora de Justiça Ana Jovina de Oliveira Ferreira abordou a possibilidade de o mutirão ter sido utilizado como ferramenta política, já que ocorreu apenas dez dias antes das eleições.
CASO DAS CIRURGIAS: "Prefeitura vai ter que indenizar pacientes infectados por bactéria em mutirão de catarata"
Dos 20 pacientes operados no primeiro dia de mutirão, 15 tiveram uma endoftalmite – infecção ocular causada pela bactéria Enterobacter cloacae. 9 deles perderam o globo ocular. Para o MPRN, o conjunto de provas já colhido aponta que houve uma falha no processo de higienização e esterilização no centro cirúrgico, mas ainda é necessário identificar exatamente em que etapa.
“Essa é a parte que me parece mais evidente. Do ponto de vista de conteúdo probatório é que o gente já tem praticamente de material. Nas reuniões que eu fiz com a prefeitura de Parelhas, eles se demonstraram cientes que terão que indenizar esses pacientes. A gente está falando de um dano irreparável. No âmbito da responsabilidade civil do estado, a nossa constituição e ordenamento jurídico nos dá uma grande segurança para buscar uma indenização proporcional ao tão grave dano experimentado por essas vítimas”, afirmou.
A representante do Ministério Público confirmou que o órgão ainda investiga o mutirão sob outros dois aspectos: na busca pela identificação da falha que ocorreu durante o mutirão e possíveis responsabilidades, bem como se houve crime eleitoral, já que as cirurgias foram realizadas 10 dias antes das eleições municipais.
Tribuna do Norte