O chefe do Departamento de Economia da UFRN Wellington Duarte confirma que a variação de preços deriva de uma decisão do Governo Federal anterior:“Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo e aí, dane-se o consumidor”, afirma o economista.
Duarte explica que trata-se de um mercado sensível e qualquer movimento dos países produtores, participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep, ou, no inglês, Opec) influencia no preço do barril.
Dessa forma, adianta o professor, a única alternativa dos estados para promover uma redução nos preços, seria abrir mão de um imposto essencial:
“Do jeito que a Petrobras colocou, não há nenhuma possibilidade de redução do preço da gasolina, a não ser que os estados renunciem receitas, o que seria suicídio”, argumenta Duarte. Segundo o professor, a alternativa mais razoável seria “retomar a antiga forma de administração dos preços, feito pela Petrobras, que se baseava no impacto das oscilações de preços dos combustíveis sobre os consumidores”.
Por ser um dos mais frágeis elos da cadeia, considerando que a margem bruta por litro de combustível de cada posto é, em média, de cerca de 14% e também por representar todo o setor, cujas revendas são livres para definir seus preços individualmente, o Sindipostos RN não se pronuncia sobre reajustes. Tal postura atende, inclusive, a legislação brasileira em vigor.
“Do jeito que a Petrobras colocou, não há nenhuma possibilidade de redução do preço da gasolina, a não ser que os estados renunciem receitas, o que seria suicídio”
Wellington Duarte, economista
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos RN) não está legalmente autorizado a se manifestar sobre reajustes, segundo informações da assessoria da entidade. Todavia, o Sindipostos pontua aspectos que incidem sobre o valor de revenda dos combustíveis.
O primeiro fator a ser considerado é que a Petrobras tem acumulado quatro reajustes somente em dezembro de 2020 que, reunidos, somam 20,6% de aumento.
Houve 5% de aumento no dia 26 de janeiro de 2021; 7,6% de aumento no dia 19 de janeiro de 2021; 5% de aumento no dia 29 de dezembro de 2020; e 3% de aumento no dia 16 de dezembro de 2020.
Roberto Flávio